sábado, 13 de setembro de 2008

Bendito MP3!

Ontem, por volta de 17 horas, subia de carro indo à padaria e buscar o leite. No cruzamento da Avenida Marechal Floriano Peixoto, onde começa a Rua Dois de Novembro, ia fazendo a travessia de carro, vagarosamente, com todo o habitual cuidado, quando quase fui atropelado.

Eu estava de carro, na rua, efetuando uma travessia em uma avenida, quando uma moça, até muito bonita, subia pelo canteiro central da avenida, no sentido da Policlínica. Do mesmo modo como vinha caminhando pelo passeio ela atravessou o cruzamento, sem sequer olhar para um dos lados, pelo menos.

Percebendo que ela não iria nem me ver, que ela poderia ser morta conforme a pancada que um outro - não eu, que a tinha visto e vinha devagar - pudesse lhe dar, parei o carro no meio do cruzamento, sem freiadas ou estardalhaço. Apenas parei.

Ela, impassível, como se estivesse na sala de casa, olhou-me com um extremado desdém de quem se acha o máximo e continuou como se nada realmente estivesse acontecendo.

- Intrépida, corajosa, confiante! pensei.

Notei, então, o motivo de tamanha alienação. Descobri porque ela estava de tal sorte absorta quer nem viu o risco que corria atravessando daquele modo uma avenida movimentada: ela tinha fones de ouvido.

Pasmei! Uma música, um som, uma batida, sei lá o que. Sei que deveria ser algo de extremamente importante aos seus ouvidos que nem a sua vida, naquele momento, importava tanto. Meu Deus!

Sempre ouvia minha mãe ensinar, e até hoje não me esqueço, que quando comprasse um carro e estivesse dirigindo, ao ver uma bola observasse que a criança, dona dela, viria correndo atrás para pegá-la, sem qualquer preocupação com a rua. E vi este ensinamento sábio modernizado, na figura de fones de ouvido, sabe-se lá em que volume estava, pois que nem mesmo o ruído do carro ela percebeu.

Mãe, aprendi bem a lição, viu? Só que desta vez ví a dona dos fones antes de vê-los!

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